8 de setembro de 2008

Mais uma filosofada básica. Hoje: Hipocrisia.

Putz, eu luto para que o sentimento de obrigação em escrever um texto desapareça, mas ele sempre me consome no início de cada um dos meus posts. Sério, eu NUNCA comecei a escrever um texto com o pensamento "Nossa, agora eu vou me divertir pra caramba!", NUNCA, é sempre aquela idéia de que "Puta que os pariu, lá vou eu escrever outro muro de texto do caralho...". Claro que durante o processo eu me lembro o quanto eu gosto de escrever aleatoriamente e de fazer piadas sem graças e forçadas num site que expõe minha vida de maneira ridícula, mas mesmo assim, quando eu vou para o próximo texto, a idéia de que não existe algo mais sacal do que escrever volta. Por isso eu resolvi escrever somente uma vez à cada dois dias, assim eu tenho mais tempo para me convencer que eu não irei escrever por uma mera obrigação.

Agora vamos deixar de enrolação e nhem-nhem-nhem que eu já escolhi meu tema aleatório do dia (eu não sei como se chama o conjunto de DOIS dias, seria somente "par-de-dias" mesmo?) e o tal tema de hoje é a Hipocrisia. Tema chato pra caralho ? Também acho, mas eu não sei por que, discutir sobre isso hoje me pareceu uma coisa aceitável.

A bem da verdade eu, volta e meia, falo sobre esse tema aqui no Blog, seja de uma maneira mais sutil como no post sobre "Ideologias" ou de maneira um pouco mais direta como no "Quem gosta de levar, leva". Só que nestas ocasiões eu resolvi somente abordar algumas das facetas da parada, que sinceramente para mim é uma das características mais deprimentes, e ao mesmo tempo marcantes, do ser humano.

Todo mundo guarda um "quê" de hipocrisia dentro de si, é simplesmente inevitável. A diferença é aonde essa tal hipocrisia está. Pode ser pelo seu comportamento altamente polido, que é uma variante muito bem observada pelo querido (ou nem tanto) médico fictício, Gregory House, quando o mesmo cita em um episódio da série: "As pessoas, em sua grande maioria, são educadas por que temem as outras, não é por que elas sejam realmente gentis ou tenham uma empatia geral, elas simplesmente têm medo de dizer o que realmente pensam, já que tem medo que os outros digam verdade sobre elas mesmas.". É claro que ele não falou exatamente desse jeito ? Também puta que os pariu, vocês são perfeccionistas pra caralho! É somente o conceito que me interessa aqui. E eu acho esse conceito realmente muito interessante, mesmo tendo eu tomado conhecimento de tal linha de raciocínio por um personagem fictício de uma série de televisão, pois exprime muito bem o quanto usamos da hipocrisia para seguir uma vida com o mínimo de perturbações possíveis, já que, se você não comenta como aquele cara fala alto ele não terá motivos (ou direito) para apontar como você é repetitivo no que fala, mesmo que ambos saibam dessas características e ambos se enervem com elas. É uma espécie de "contrato de inércia", nome bonito ? Acabei de inventar.

Pois bem, então se a própria educação e gentileza pode ser considerada uma certa forma de hipocrisia, quer dizer que a maioria das pessoas já podem ser taxadas de hipócritas, certo? Errado. TODAS elas têm isso incrustado dentro de si, se não de um jeito, será por outro, como eu já citei lá em cima, num dos primeiros parágrafos. E, assim como eu também já havia citado, o maior problema é quando essa hipocrisia resolve se manifestar das maneiras mais escrotas, quando você compara "gentileza hipócrita" como "fingir que matar em uma guerra é aceitável" ou "mentir pra si mesmo, dizendo que determinada etnia não pertence à raça humana e por isso ela pode ser eliminada sem remorso" a mesma acaba parecendo insignificante. As maiores atrocidades já cometidas pelo ser humano foram todas baseadas em um pensamento hipócrita.
Lembrando que hipocrisia não é sinonimo de egoísmo. Um pensamento hipócrita pode muito bem ser feito pensando no bem de um "todo". Como foi o Holocausto, feito pelo "bem" da "raça" ariana. É um pensamento altamente distorcido e escroto, mas de certo modo ele não é egoístico para com os arianos. Para os mulçumanos radicais aliados à grupos terroristas, as Jihads não são atos egoísticos também. São sim um ato heróico em favor do seu povo, o povo de Alah. Novamente é uma porra duma atitude hipócrita, já que matar semelhantes por uma ideologia aleatória é uma atitude absurda e imbecil, mas nem por isso pode ser chamada literalmente de "atitude egoísta".

Feita essa observação, vamos prosseguir essa "filosofação" de merda.

O mundo também usa da hipocrisia para determinar o que é o "bem" e o "mal". não sei se vocês já pararam pra pensar, mas esses são termos bastantes arbitrários. Tudo bem que a idéia de liberdade eh genericamente difundida como "boa" e eu não vou entrar no mérito dela, mas no século quinze matar índios e suas culturas era considerado um "bem" para a sociedade também, ou mais atrás ainda, os espartanos tinham a certeza de estarem fazendo o "bem" ao selecionar somente os bebês saudáveis e aptos para viver no seu meio. Hoje em dia essa busca por eugenia seria chamada de, ora vejam só, Holocausto, afinal de contas o "seu" Hitler teve uma idéia parecida da década de trinta pra quarenta. O "mau" também variou muito de figura, de acordo com os interesses daqueles que mandavam no mundo, já foi-se o tempo em que ser apegado à bens materiais, ou cobrar juros eram um "mal" que assolavam o mundo, não sei se vocês sabem, mas Usura era um crime gravíssimo para os cristãos pré-reforma eclesiástica, no período moderno, hoje em dia tem gente que faz usura até com a mãe.

As idéias mudam, e quase sempre por que os atuais "donos" do mundo querem. Liberdade, Fraternidade e Igualdade (jurídica, nada de mexer no bolso de quem manda, mané) é um conceito muito bonito e adivinhem só, está gravado na constituição do atual ban-ban-ban da geopolítica mundial, já que a constituição americana é altamente influenciada pela revolução francesa.

Eu podia pssar o dia enumerando revoluções, tratados, idéias, passeatas, atos heróicos, insurreições e coisas do tipo que foram instigadas de maneira quase que exclusiva, pela hipocrisia de seus comandantes, que viam os próprios benefícios escondidos por trás de uma cortina de ideologias maravilhosas e salvadoras.

E já que o texto de hoje não teve nenhuma imagem ilustrativa, aqui vai mais uma foto aleatória para descontrair o texto (eu adoro esse recurso), desta vez teremos uma imagem do meu herói da vez, o Hellboy cantando I can't smile without you do Barry Manilow em alusão ao filme:


-Cant sing withooout yoou! Canta comigo, Abrahan!


OAUHEuoeAHhaeo! Vocês têm que ver esse filme, sério.


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