12 de maio de 2008

Celular é o cacete!

Outro dia eu estava catucando no meu recém chegado celular (celular não, segundo a minha operadora é smartphone. ou um PDA que faz ligações) e acabei ficando silenciosamente impressionado. Mesmo eu não sendo lá muito velho, sou do tempo em que luxo não era o que seu celular fazia, ou como ele se parecia, luxo era TER um.

Sem ter que retroceder muito no tempo eu penso nos meados de 2000 quando meu pai recebera um magnífico celular digital, daqueles que tinham a tela cinza e preta cuja única forma de entretenimento era o incrível jogo da cobrinha. Quem não se lembra daquela porcaria? Eu perdi horas e mais horas, torrando a bateria do celular do meu pai naquele troço. Durante algum tempo os celulares permaneceram quase iguais, o que mudavam eram as formas, já que por dentro eram todos merda do mesmo saco (de merda mesmo).

Então, eu não me lembro exatamente quando, veio a revolução (ou o que sinalizou que ela viria), eles vieram despretensiosamente, no formato de visores coloridos. Eu me lembro como se fosse hoje, minha mãe chegando em casa com a maravilha que era o celular em cores, tudo bem que essa era basicamente a grande diferença dele para os demais telefones, era TDMA, toques Polifônicos da pior qualidade (embora fossem anunciados pela mídia como os últimos negrescos do deserto) e uma porra duma internet WAP que não servia pra nada, a não ser gastar nosso dinheiro e dar raiva, Porém tudo isso foi só o começo. Depois disso tudo avançou muito rápido, no ano seguinte minha mãe já chegava em casa com aquilo que eu considerei por muito tempo como o auge da telecomunicação móvel: um V3 -E com certeza muita gente pensou o mesmo, já que no período de 2 anos que se sucederam, 77,8%* da população mundial comprou/ganhou/roubou um V3 - se você não sabe o que é um V3 (embora com toda certeza saiba) eu irei explicar: este pequeno aparelhuxo foi o primeiro celular (pelo menos que eu me lembre) a possuir uma tela decente, com uma definição razoável e com aplicativos maneirosos (sem falar numa câmera de 1.3 MP que na época em que foi lançado era até legalsinha). A combinação disso tudo num aparelho estiloso e oferecido nos mais diversos planos pelas operadoras pode ser descrito pela expressão "Jogar abelhas no mel". A parada vendeu tanto que era simplesmente impossível você não conhecer alguém que possuísse esse celular da Motorola.


Eis um V3 meu caro amigo.

Mas o grande lance foi o que veio depois do V3, eu acho que os donos das fabricas de celulares pensaram algo como "Porra, essa merda vende mesmo. E se a gente socar a maior quantidade de coisas dentro de um celular, o que será que vai acontecer?" a resposta? Vender muito mais claro. Hoje em dia ninguém** compra um celular que não tenha pelo menos um Mp3, Câmera, filmadora e alguma outra traquitana extra. Na verdade os celulares com MUITAS traquitanas extras acabaram ganhando até um nome próprio, são os Espertofones (ou Smartphones, seus americanizados de merda...) que acabaram de foder com a vida dos PDAs e aos poucos estão roubando o espaço dos celulares normais, afinal pra que gastar 700 pilas num celular bonitão, se você pode arranjar um plano com a sua operadora e pagar 30 reais num aparelho ,que alem de fazer tudo o que um celular normal faz (e eu me refiro aos troços extras aqui) ainda acessa à internet (wi-fi ou GPRS/EDGE), lê e-mails, edita textos, abre documentos de formatos aleatórios e mais um monte de viadagens que os celulares comuns nem pensam em fazer, pois é, por causa disso eu venho achando que os sabichõesfones vieram pra substituir os celulares de vez.

E se você ainda duvida da utilidade de um Smartphone devo vos dizer que este texto mesmo que vos escrevo foi feito 50% no meu Motorola A200i no caminho do dentista até minha casa, prático não? Eu também acho.

*Nesta pesquisa não foram consideradas as pessoas que ganharam celulares de brinde, acharam na rua ou como "Prêmio" após comprarem R$100,00 dentro das Casas Bahia. Caso o fosse feito o número provavelmente subiria para cerca de 103%

**Pessoas que não podem pagar suas próprias contas de celular ou escolher que aparelho os agrada não foram consideradas "alguém" nessa generalização.

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