11 de maio de 2008

10000a.c.

Vou fazer esse post hoje, afinal não sei se vou ter tempo amanhã.
Fica valendo pro post de segunda.

Bom essa é a minha primeira resenha cinematográfica formalmente escrita (afinal falar mal de filmes todo mundo fala), então eu resolvi começar logo pela grande "bomba" do ano de 2008 e eu falo isso sem medo do fato de estarmos somente em março*, se houver um filme pior que 10000a.c. este ano, o mesmo não entrará sequer na categoria de filme, vão achar que se trata de um comercial muito longo e muito ruim.

Pois bem, vamos à resenha propriamente dita. 10000a.c. se passa, como diz o título, a cerca de 10000 anos antes de cristo, ou é o que os produtores do referido filme querem nos fazer pensar, afinal logo que o filme começa você percebe que a tribo principal fala um antigo dialeto pré-histórico: o inglês. Mas daí pra frente a coisa só piora, os membros da tribo vão sendo apresentados e você vai esquecendo quem é quem logo em seguida, devido tanto à seus nomes idiotas e na maioria das vezes monossilábicos, quanto ao fato de serem todos absolutamente iguais (uma economia feita em vista dos efeitos especiais, dos quais falarei mais tarde). Depois de algum Bla-bla-bla do narrador nós somos apresentados à primeira profecia do filme, alguma coisa relacionada com a menina de olhos azuis que está sempre de maquiagem. Sim! eu disse maquiagem, aquela parada escura nos olhos, batom e etc... Mas isto era somente para ela, que era a heroína do filme.

Então a história corre, alguém vai embora o filho do alguém fica triste, vemos um caso de bully pré-histórico e o menino-cujo-pai-foi-embora-e-o-nome-eu-não-me-lembro encontra com a menina dos olhos azuis e faz uma promessa de amor (o romantismo era o ponto alta da pré-história! quem assistiu a era do fogo sabe bem disso!) e então a história corre novamente.Então nós vemos outra profecia: uma parada relacionada com uns mamutes que iam "botar pra gerar geral" não tenho certeza se a primeira profecia falava disso, talvez tenha até falado, mas como os diálogos do filme conseguem não ter profundidade nenhuma e ao mesmo tempo serem completamente indecifráveis eu não me lembro se eles foram citados. De qualquer forma os tais mamutes aparecem os homens-macacos-que-usam-dreads vão todos pro pau, mas a caçada dá em merda e o garoto de dreadlocks principal acaba preso na rede que foi jogada sobre o mamute e é arrastado por cerca de 5km sobre pedras de montanhas,mas como ele é uma espécie de Neo da pre-história ele só sofre pequenos arranhões! Depois disso nós vemos uma cena irreal de combate entre um homem e um mamute, onde o mamute comete suicídio se jogando contra a lança do Chuck Norris Paleolítico. Rola uma festa e o cara dos Dreads pede a mulher dos olhos azuis e maquiagem em casamento (ou algo assim, não sei se existia casamento nessa época. Quando eu estudei aquela coisa inútil que é História eu li que ninguém era de ninguém, mas parece que eu estava errado).

Por alguma razão que desconheço o rapaz fica deprimido, abdica do posto de fodão da tribo e logo depois a tribo é invadida por uma horda de homens montados à cavalo, que não mata ninguém exceto a mãe de um garoto de cabelo horrível, que obviamente passa a nutrir um desejo de vingança, que não se concretizará, pois o moleque é tão inútil que mesmo numa guerra dos infernos acaba não matando ninguém.
Claro que os únicos que não foram capturados pela horda de caras malignos foi o ex-fodão de Dreads e os outros bravos guerreiros da tribo.

A partir daí a coisa piora em proporções abismais, a galera é atacada por avestruzes/velociraptors numa floresta tropical (que fica do lado da montanha de gelo) e depois de fugirem conseguem organizar uma fuga completamente idiota, que não só dá em merda (afinal se desse certo o filme iria acabar. Por que não deu certo, Deus?) como acaba matando um dos bravos guerreiros da tribo. Passado isso o herói da historia acaba preso de alguma maneira dentro de um buraco com um tigre dentes-de-sabre o qual ele salva de se afogar, que em retribuição não almoça o nosso herói, logo em seguida somos apresentados à tribo dos Nuku (sim, este é o nome da tribo, eu fiz questão de decorar) que também nos apresenta à segunda (ou terceira) profecia do filme: O Homem que fala com tigres, que obviamente é o nosso herói que agora não é só o "cara que vão se casar com a menina dos olhos azuis" e "O homem que matou o mamute" mas também é "O Homem que fala com tigres". Depois dos Nuku verem que o sujeito "não era brincadeira não" eles saem pelo mundo pra botarem pra gerar também. Um detalhe curioso é que o lider dos Nukus sabe falar todos os dialetos do UNIVERSO, no filme eu contei pelo menos umas cinco linguas diferentes, desde o inglês até o Egípcio, passando pelo bambunês, negodomaunês e tribodosanõesnês.

Cooooorre Negadaaa!!!


Bom depois disso, nossos heróis (acompanhados por uma série de figurantes que desaparecem na mesma proporção que aparecem) seguem algo que pendeu entre uma outra profecia e um conselho dado pelo mestre dos magos (lembra? aquelas paradas no estilo "Seguindo o coração do marimbondo vocês encontrarão a Estrela de rubi"). A caminhada dura alguns dias, até que o intrépido protagonista saca que a dica que ele recebeu era na verdade uma metáfora(!) e que o tal olho do lagarto que mandaram ele seguir(!!) era uma estrela(!!!) como essa idiotice foi muito bizarra eu não me concentrei muito nos 15 minutos seguintes de filme, os quais passei rindo e imaginando quantos macacos adestrados foram utilizados para a redação do roteiro desta porcaria, porém de alguma maneira nossos espartanos/homens da caverna/hunos chegam à uma grande prisão (na qual o cara dos Dreads principal consegue entrar e sair das celas INEXPLICAVELVENTE, sim eu disse ENTRAR E SAIR DAS CELAS que ele acabou de ver! os escravos que estão lá a vida inteira NUNCA SACARAM QUE AQUELE BURACO NO TETO ERA UMA SAÍDA!), mas por algum motivo ele vai embora triste, seu melhor amigo morre e ele volta a ser o fodão da tribo.

Vou pular uma serie de idiotices sem sentido do filme, por que não vale nem a pena falar. Em certa parte do filme descobrimos que a galera do mau são na verdade os egípcios e também nos é apresentada a figura do faraó, uma mistura de Xerxes de 300 com o Gigsaw de Jogos Mortais é revelada nos última (ou penúltima) profecia do filme, onde nosso herói é referido como "o caçador" ou "O fodedor de egípcios" seja qual for o nome a profecia se confirma novamente e ele fode com os egípcios, matando inclusive o faraó (ops spoiler!) acontece mais um combate mortal (na verdade uma chacina dos escravos em cima dos egipcios de um modo geral)em que os efeitos especiais que deveriam salvar o filme acabam falhando, sim falhando. Alguns dos efeitos foram tão ruins que me deram uma vontade absurda de vomitar dentro do cinema, como a parte em que por pura revolta os escravos derrubam o topo de outro de uma das pirâmides dando sequência a uma animação de BAIXÍSSIMO calão, que deve ter sido feita a mão com massinha colorida sobre uma maquete de papelão.

Bom depois dessa baboseira toda a heroína leva uma flechada de alguém e morre (spoiler de novo!), mas ressuscita (spoiler...) por meio de OUTRA PROFECIA (formando a incrível marca de 1 profecia a cada 30min de filme) e TUDO ACABA BEM!Uma das lições que eu tirei desta cagada completa que é este filme é: SEMPRE ACREDITE NAS PROFECIAS, por mais idiotas, ilógicas e absurdas que elas pareçam, elas irão SEMPRE acontecer.

Resumindo, se eu tivesse a chance de voltar no tempo e comer minha entrada do cinema, mesmo correndo o risco de gerar um paradigma temporal por encontrar comigo mesmo, eu o faria. Só pela chance de evitar que eu tivesse assistido uma merda fenomenal como 10000a.c.

*um detalhe lembrado pelos mais chatos (Melo <-). Eu fiz esta resenha em Março. Não que isso mude minha opinião sobre o filme de alguma maneira, mas...

2 Comentários:

GSC disse...

O seu comentário é infeliz e típico de alguèm que não sabe exatamente a importância de se conhecer o passado para melhor entender o presente e na sua linha utilitarista, que é uma ideologia - filosofia concebida num contexto histórico definido, projetar um futuro melhor. Explico, caro utilitarista, discípulo do mainstream britânico do século XIX cujos exemplos temos Benthan e Stuart Mill, conhecer a história humana leva a pessoa observar os diversos contextos históricos: as ações tomadas como respostas a certas situações concretas. Assim, amigo anti-histórico a história tem a sua utilidade para nos mostrar que as situações concretas exigiram e exigem respostas e que essas respostas dadas servem para refletir a validade moral e mapear o possível efeito daquela ação no contexto social. O olhar para o passado permite observar que determinadas práticas usadas até hoje ou então supostamente novas, na verdade são reedições de antigas práticas que a História registrada permite nos mostrar os seus efeitos no individuo e na sociedade. Enfim, se a História não serve para nada, aquilo que você faz e nos fazemos perde justamente aquilo que seu argumento apresenta como crítica a mesma: eficiência e utilidade.
Um abraço,

GSC.

MoTTa disse...

Pô, bacana você ler aqui e ter a iniciativa de construir um comentário bem elaborado e tal. Me sinto bastante lisongeado até. Mas eu acho meio chato que você se prenda a uma parte ínfinima do texto, que foi posta justamente de maneira exagerada para dar um tôm cômico ao texto, ao invés de se preocupar com o texto de uma forge geral.

Em Beteguelse não existe sarcasmo.

De qualquer manira, fico feliz por você ter passado por aqui e comentado ;]